Psicoterapia como caminho ao nada
DOI:
https://doi.org/10.59237/conexsaudefib.v6i.703Palavras-chave:
Psicoterapia; Fenomenologia - Hermenêutica; Propriedade; Autenticidade; Dasein.Resumo
Este artigo, uma revisão de literatura com abordagem fenomenológico-hermenêutica baseada em Heidegger, investiga a apropriação de si em relações psicoterapêuticas. O objetivo do trabalho é mostrar um caminhar psicoterapêutico sem assunção de hipostasias, buscando a desconstrução da ideia de sujeito como substância. Desviando-se da epistemologia científica tradicional, a fenomenologia visa descrever, não explicar, os fenômenos, buscando universalizar sua essência. A hermenêutica, por sua vez, destaca a interpretação das formas de vida, enraizada em tradições e experiências diversas. Na era da técnica, conforme Heidegger, a técnica moderna não é apenas um meio para um fim, mas uma maneira de revelar a verdade, embasada em uma visão restritiva dos fenômenos. O texto explora como a técnica pode contribuir para a restrição de possibilidades e o tamponamento de sentidos na contemporaneidade. A impessoalidade, destacada como estabilizadora de significações, pode limitar as escolhas individuais. Contrapondo-se à pressa da era moderna, a psicoterapia fenomenológica-existencial adota uma postura de passividade ativa. O terapeuta aguarda pacientemente, não como agente da transformação, mas como facilitador do salto do indivíduo para possibilidades autênticas. A proposta da psicoterapia é um caminho para a abertura, não guiado por um destino técnico, mas revelando possibilidades ao longo do caminho, uma jornada para o nada, onde as transformações são abertas com as possibilidades.